O calor que se faz sentir impede-nos de brincar lá fora. São assim as tardes de verão da minha infância. No fresco da sala de costura da minha avó, eu e a minha irmã olhamos pela vidraça da janela as árvores imóveis, sem a mais pequena brisa com quem dançar.…
Ler maisAuschwitz ou o sítio onde mora o silêncio
O meu primeiro contacto com aquilo que o regime nazi decidiu fazer a milhões de pessoas de todo o mundo, entre 1940 e 1945, surgiu com a história de Anne Frank. Li o diário desta rapariga judia alemã quando tinha apenas 9 ou 10 anos e, na altura, lembro-me de…
Ler maisIda ao zoo (ou como criar memórias felizes)
Este domingo fomos com as miúdas ao jardim zoológico. A Maria Inês já tinha ido com a madrinha e nós já lá tínhamos estado com as três no Museu das Crianças, mas nunca tínhamos entrado os 5. E foi uma experiência que me preencheu. Porque elas adoraram – como eu…
Ler maisSobre aquelas saudades feitas de cores e cheiros e texturas
Por cima da cabeça de caracóis pretos, o sol bate por entre as folhas da videira e projecta um naperon de sombras no chão de cimento quente. Os pés estão descalços à espera que a água percorra todas as curvas e contra-curvas da mangueira do quintal para lavar a terra…
Ler maisQuando elas brincam onde eu já brinquei
No fim-de-semana o meu tio Tobias, de quem já vos falei aqui, fez 80 anos. 80! E eu continuo a ver nele a pessoa doce que via quando ainda era criança. Houve almoço de família – momentos cada vez mais raros e, por isso mesmo, cada vez mais preciosos –…
Ler maisO postal de Natal
Por estes dias, estava a receber o meu postal de natal – o mais bonito de todos era sempre o dela. Comprava um selo a sério na papelaria, porque os da máquina dos correios eram fotocópias a cores mal-amanhadas e não estavam à altura da ocasião. Escrevia o seu nome…
Ler maisMemórias de infância ou o sabor da liberdade
À medida que o tempo passa, as memórias de infância vão ganhando um tom sépia, como se usássemos um filtro do Instagram. Mas por muito que elas se tornem longínquas, no tempo, há umas que permanecem intactas, como se as tivéssemos vivido ontem. Como os passeios que fazia com a…
Ler maisA cábula das coisas proibidas
Era uma vez uma miúda, nem gorda nem magra, nem alta nem baixa, que fazia ginástica. Essa miúda adorava fazer a roda à beira-mar e o pino na parede – e ficar com as pontas do cabelo a varrer o chão. Essa miúda tinha asma e houve um período largo…
Ler maisTobias, o meu tio super-homem
Quando eu era pequenina, achava-o muito alto. E, mesmo quando ficava muitos meses sem o ver, recordava-o sempre com um sorriso nos lábios e um botão quase a saltar da camisa – as camisas do meu tio deixavam sempre muito pouco espaço para a barriga respirar… Tobias, o meu tio…
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