Ontem fui ao Alive, mais de um ano depois do último concerto a que assisti. Os Foo Fighters foram incríveis, tocaram durante mais de duas horas, e muitas das músicas fizeram-me recuar uns bons aninhos (já sabem que agora dei nisto de viajar no tempo, é capaz de ser da idade!)
Cresci a ouvir música. Primeiro por influência do meu pai e do meu tio Lio, e depois porque percebi que precisava dela para viver – e isto nem sequer é um esforço meu para escrever uma frase bonita, é mesmo assim: a música ajudava-me a compreender o turbilhão de emoções que ia no meu peito, principalmente na adolescência. A verdade é que as músicas cantadas pelo Stipe, pelo Vedder, pelo Cobain ou pelo Cornell traduziam de forma mais doce ou mais amarga – mais melancólica ou mais alegre – aquilo que eu sentia.
Ontem, enquanto vibrava com o rock dos Fighters, lembrei-me do melhor concerto a que fui (e que dificilmente voltará a acontecer). R.E.M no Pavilhão Atlântico, em 2005. Lembrei-me do sprint que fiz quando as portas abriram, para garantir um lugar na primeira fila – acho que nunca mais voltei a correr assim na vida! Lembrei-me de olhar, daquele lugar mágico na frente, para o Michael Stipe em palco, com a admiração que o talento justifica, mas também com o carinho de quem olha para alguém que conhece tão bem que é como se fosse da família.
Lembrei-me do tempo em que os concertos ainda não tinham dress code, pulseiras VIP e meninos com mochilas a vender cerveja entre a multidão. Era tudo sobre a música, no tempo em que eu tinha tempo para a escutar com atenção.
Ontem, para ser perfeito, só faltou esta.
Olá Catarina, Em boa hora te leio 🙂 Não fui ao Alive… porque embora goste de Foo Fighters gostava era de ouvir Nirvana. E se soubesses o quanto me revejo no que escreves ainda te punhas a pau com a possibilidade de ser uma qualquer stalker (até porque não tenho 3 filhas e isso, parecendo que não, deixa-me muito tempo livre :p) mas não… gosto tanto de ler como de escrever mas não tenho a tua coragem de publicar.
Beijinhos e vou-te lendo