Estou desde quinta-feira passada, dia 12, para escrever acerca daquilo que estamos todos a viver. Nesse dia, ficámos os cinco em casa pela primeira vez e não voltámos a sair. Desde então, entre as mil tarefas que a quarentena exige, fui chegando sempre à conclusão de que não valia a pena escrever sobre aquilo de que toda a gente está a falar.
Mas vou escrever na mesma – e permitam-me o egoísmo: mais por mim do que por vós, até porque eu não tenho receitas milagrosas nem notícias para dar. Sei o mesmo que todas as outras pessoas e cabem dentro de mim as mesmas angústias e as mesmas esperanças.
Sinto, com cada pedacinho do meu coração, que este vírus foi a forma que o universo encontrou de nos dizer que é preciso abrandar. Parar. Que é preciso voltarmo-nos para dentro de nós e para dentro das nossas famílias. Que é preciso afastarmos-nos de algumas pessoas para percebermos como sentimos a falta delas. Para dizermos, sem constrangimentos, que adoramos aquela pessoa com quem estamos a falar ao telefone – quando não o fazíamos há anos.
O universo pediu-nos para recolhermos. E neste recolhimento – há quem lhe chame quarentena – aproximamo-nos mais do que nos afastamos. Estamos fisicamente longe e temos, por isso mesmo, necessidade de estar em contacto com os nossos, de fazermos video-chamadas para vermos as crianças da família, as irmãs, os cunhados.
Precisamos de partilhar estratégias, receitas para o almoço ou para o jantar, atividades para fazer com as crianças.
Por estes dias, tenho-me sentido muitas vezes a criança que eu era, a puxar a saia da minha mãe para lhe pedir colo. Mas ela não está aqui – está a portar-se bem porque é diabética e pertence aos grupos de risco e ainda não saiu de casa com o meu pai. Ela não está aqui e então eu abraço os meus, dou-lhes colo e mantenho-os debaixo da minha asa – por eles e por mim.
Uma grande amiga escreveu que “o inverno há-de passar”. E eu acredito que sim. Vai passar e depois há-de ser primavera no verão, primavera no outono e primavera no inverno. Até ser primavera outra vez.
em breve partilho as nossas estratégias de sobrevivência 😉
Olá!
Também acreditamos nisso. E para nos fazer ver que apesar das 1001 coisas que temos para fazer, se não tivermos saúde não vamos conseguir.
Por aqui todos os dias estamos um bocadinho mais assustamos, porque 1 de nós ainda continua sem conseguir fazer o isolamento por ter de ir trabalhar, a empresa ainda não tomou medidas preventivas.
Vai tudo correr bem, queremos acreditar.
Catarina, desde o início digo o mesmo. O Universo tratou de nos travar. Os tempos são duros, mas vamos acreditar que passaremos a ser melhores seres humanos depois disto. Beijinhos para os 5 e cuidem-se😘😍
É a população sendo renovada 🙂 Bjinhos do Brasil
Sinto o mesmo! Temos de respeitar o planeta, esta foi a forma “menos” dolorosa de pararmos para pensar em valores esquecidos e postos de lado e reaprendermos a viver …❤️
Excelente pensamento!
Transcrevi a parte mais significativa para a minha conta do face (identificando de onde foi retirado) e imagine…. Outros também sentem o mesmo! Ainda bem que esta foi a forma que o universo nos uniu! Obrigada
Acabo de comentar com o meu marido que nunca vimos tantos pais a passear crianças. Ainda que por curtos períodos de tempo, no jardim aqui do condomínio, como agora….o universo pede-nos que olhemos mais uns pós outros, não podia concordar mais com o que dizes! ❤️ Que a primavera chegue rápido!
Parabéns pelo seu blog.