Hoje de manhã, enquanto caminhava à chuva – e com um certo frio – na vila, lembrei-me das minhas férias grandes, em miúda, e do cheiro que elas tinham. Tenho a certeza absoluta que esses dias não cheiravam a terra molhada, mas sim a flores a transpirarem ao sol. Ao…
Ler maisE quem precisava de colo era eu…
Eu ia estar sozinha com as miúdas uns dias antes da Páscoa. O pai só chegava na sexta-feira santa à noite por isso, quando ouvi a minha mãe dizer que ia uns dias “à terra” para casa dos meus tios, colei-me de imediato: “posso ir com as miúdas, também?”. A minha…
Ler maisO Natal (ou a montanha russa de emoções que é a festa do ano)
Há uma espécie de curva da vida para a forma como vivemos o Natal. Como nos gráficos, começamos a subir ainda nem demos conta porque somos bebés e estamos ao colo dos nossos pais. Atingimos uma velocidade considerável quando somos crianças e temos 4, 5, 6 anos. Continuamos a…
Ler maisA caixa de costura
O calor que se faz sentir impede-nos de brincar lá fora. São assim as tardes de verão da minha infância. No fresco da sala de costura da minha avó, eu e a minha irmã olhamos pela vidraça da janela as árvores imóveis, sem a mais pequena brisa com quem dançar.…
Ler maisAuschwitz ou o sítio onde mora o silêncio
O meu primeiro contacto com aquilo que o regime nazi decidiu fazer a milhões de pessoas de todo o mundo, entre 1940 e 1945, surgiu com a história de Anne Frank. Li o diário desta rapariga judia alemã quando tinha apenas 9 ou 10 anos e, na altura, lembro-me de…
Ler maisIda ao zoo (ou como criar memórias felizes)
Este domingo fomos com as miúdas ao jardim zoológico. A Maria Inês já tinha ido com a madrinha e nós já lá tínhamos estado com as três no Museu das Crianças, mas nunca tínhamos entrado os 5. E foi uma experiência que me preencheu. Porque elas adoraram – como eu…
Ler maisSobre aquelas saudades feitas de cores e cheiros e texturas
Por cima da cabeça de caracóis pretos, o sol bate por entre as folhas da videira e projecta um naperon de sombras no chão de cimento quente. Os pés estão descalços à espera que a água percorra todas as curvas e contra-curvas da mangueira do quintal para lavar a terra…
Ler maisQuando elas brincam onde eu já brinquei
No fim-de-semana o meu tio Tobias, de quem já vos falei aqui, fez 80 anos. 80! E eu continuo a ver nele a pessoa doce que via quando ainda era criança. Houve almoço de família – momentos cada vez mais raros e, por isso mesmo, cada vez mais preciosos –…
Ler maisRoupa velha ou o dia depois do Natal
O 26 de dezembro é dia de roupa velha. Tal como o prato que se faz com o que sobra da consoada, é dia de pensar nas conversas do dia anterior, nas histórias que voltámos a ouvir ou nas que ouvimos pela primeira vez. Dia de pensar naqueles que não…
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